Poesia Audiovisual

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Eu quero ser como o Vento

Eu quero ser como o Vento
O Vento que embala as arvores
E levanta as ondas no mar
O Vento que embala as cearas
O Vento que toca as caras
Das gentes que quero tocar

Que queima nas tardes de Agosto
E gela nas noites de frio
O vento que todos sentiram
O Vento que ninguem viu

Eu quero ser como o vento que nunca para
Porque ninguem o pode parar
O Vento que vai de abalada, mas há-de sempre voltar
Eu quero ser como o Vento, sem tempo nem Deus nem lugar!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Caminho II

Tivesse eu andado a direito
No meu caminho...
Em vez de subir ao cume
Para estar sozinho
Seria eu agora o que sou
Talvez apenas um pouquinho.


Não tivesse eu andado em trochas
Em praias desertas , em rochas
Em cidades com multidões
em montanhas ou nos vulcões...


Tivesse eu andado a direito
Para ser um homen de jeito?
Seria eu eu agora mais amado?
Não sei nem estou interessado.


Gosto de andar perdido
De ver e ser desconhecido
Não tenho relogio nem mapa
Vou com os ventos, sozinhos
E Todos são agora os meus caminhos

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Sonhos

Ás vezes tenho medo de abrir os olhos.
Tenho medo de acordar num mundo vazio, sem cores, sem vida, sem som.
Um mundo de onde tudo foi roubado, os sentimentos, as palavras, as lagrimas, o amor, odio, sangue, fumo, os cigarros, as borboletas, as ruas, as arvores, os mortos... tudo é branco e frio. Então espero e sonho mais dois minutos. E dois minutos podem ser bem longos, e nesses dois minutos sonho com cores, vida, som, sentimentos, palavras, lagrimas, amor, odio, fumo, cigarros, borboletas, ruas, arvores, mortos... E quando estou quase a acordar o medo volta e sonho mais dois minutos.
 O medo volta sempre e Eu continuo a sonhar.

O meu caminho

O meu caminho não o acho
Perdi-lhe o rasto
Mas de andar nele já estava farto
Agora ando nas rochas e no pasto
E neles vejo mais e voo mais alto
Vivo no sossego e no sobressalto
Ás vezes na terra batida outras no asfalto
O meu caminho não o acho perdi-lhe o rasto.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Eu morro todos os dias...

O Vento sopra Norte, é frio e nada me diz.
Mas quando me toca gelando o meu rosto, faz-me acreditar que leva com ele a minha saudade e os meus pensamentos...
É Outono e sei que tambem ai onde estás o Vento soprará norte... é de aqui que ele vai.
Tenta então que quando ele te tocar , gelando o teu rosto, tenta sentir a saudade e os pensamentos, ouve com atencão ,ele leva a minha palavra.
Eis que o Mar me fala , este conta-me sobre ti.
Diz que te viu e te tocou, "Trago comigo o seu toque" diz desfazendo-se em espuma...e eu entro na agua fria tentando sentir-te.
Os ossos gelam e a minha pele parece arder de tão fria que está, mas a minha Alma, essa arde por saber que toco a mesma água que tocas-te, e quase consigo sentir o teu cheiro.
Agora aqui sentado na areia , com as minhas roupas molhadas , há apenas silencio, o Mar já não diz nada e o Vento Norte não sopra mais. Creio que também os meus pensamentos gelaram, apenas olho o horizonte , incrivelmente infinito, perco-me nesta solidão e morro... morro hoje para poder voltar a nascer .
Eu morro todos os dias e todos os dias volto a nascer

Sereia

Há muito que não ouço o teu canto
Óh minha Amada Sereia !
Será que agora és espuma
E morres beijando a areia ?

E já nem durmo nem nada
Porque a noite é muito calada
Em vez de contos de fada
Apenas ouço a chuva
E o ritmo descontrolado
Dos passos de alguem na calçada.

E saio pra sentir a chuva
E nela esconder as mágoas
Procuro-te por entre as ruas
Acabo olhando as águas
Mas é espuma que vejo e mais nada
E agora sou eu os passos
Que alguem ouve na calcada
Sou eu quem rompe o silencio
Da sua noite calada .

Bola magica!

Aquilo que um dia foi mágico... ainda o é...
pois é alimentado por tudo o que é bom.
Aquilo que deu asas á minha Alma!!... guardo bem guardado, pois ás vezes necessito voar... as memórias que me assaltam , fazendo-me querer voltar a caminhar nas ruas silenciosas ,na noite calada.
Ouvir os teus e os meus passos na calcada... sem dizer nada, sem falar porque as Almas falam outra lingua e elas falavam por nós.
Essas memórias???
Não as entendo... nem quero ententder ,há coisas que não são para ser entendidas, são para ser apenas sentidas!!!
Por isso sinto...
sinto-te especial...
sinto-te Amigo...
e sempre junto á luz, aos sonhos... á minha caixinha dos sentimentos.
E lembrar-me de ti é tambem lembrar-me que nem sempre o meu andar foi solitario.