Aqui sentado á beira da janela, um cafe na mão e um cigarro na outra, o relogio da torre da igreja diz-me que é tarde, ou cedo não sei bem.
Outra noite sem dormir!
Entre cafeina e nicotina ólho a rua lá em baixo, já se começa a ver movimento por isso deve ser cedo, vejo os meus vizinhos irem para o trabalho, desanimados, pensando já na hora de voltar para casa, e no outro lado cambaleando e embriagado um amante da noite volta agora para casa, agora na hora da Aurora quando a Luz vence as Trevas. Ao fundo da rua vem o rapaz dos jornais, jornais locais cheios de historias banais e medo da crise, no outro extremo consigo ouvir os passos marcados pelo "toc toc" de uns saltos altos, uma rapariga com pouca roupa para a altura do ano caminha um caminhar desanimado, as sombras dos olhos marcadas pela pintura borrada pelas lagrimas, e as historias podiam ser tantas.
Podia ter sido molestada, ou traida pelo seu grande amor, podia ter guerreado com a sua melhor amiga ou então bebeu demais e teve de vomitar ali no canto escuro e enquanto penso nisso tudo o "toc toc" desvanece e a rua está vazia outra vez.
Apetece-me abrir a janela e voar como o Pan, voar tão alto que a cidade agora não é mais que uma ilha de pequenas luzes assim como todas as aldeias em sua volta, um arquipelago de luzes no meio da terra. E lá bem no alto espero em silencio olhando o Sol rompendo a noite, e as ilhas de luzes lentamentes desvanecendo tal como o "toc toc" dos sapatos, e nesse momento sou Gabriel o Revelador, um arcanjo revelando o novo dia, mas o que tem de novo este dia? O rapaz vai levar os jornais banais como sempre e o vizinho vai trabalhar desanimado, o amante da noite vai dormir até que as Trevas voltem e a rapariga vai lavar a cara e pintar-se de novo para poder borrar de novo as sombras dos seus olhos com lagrimas de tristeza. Não há muito a revelar e por isso volto para a minha cadeira á beira da janela, o café está frio e o cigarro ardeu há muito tempo, o mundo gira sem parar cheio de monotonias e habitos e eu aqui á janela vejo tudo isso, e sinto-me vivo e agradecido, porque só vendo a cinzenta banalidade do mundo, nos tornamos capazes de ver a sua beleza e escentricidade, e aqui da minha janela acendo mais um cigarro e contemplo o Mundo, e Amo-o!
Aqui, no escuro consigo ouvir o Silencio. E ele enche-me a mente de palavras...
domingo, 6 de março de 2011
Um Adeus
Não há nada mais duro
Que as lágrimas de um criança
Que um abraço de despedida
Que o respirar rapido e angustiado
No abismo do Adeus
Não há nada que doa mais
Que as memórias de sorrisos inocentes
Das palavras simples e cheias de fantasia
E a impotencia de mudar os factos
E de te fazer parar de chorar
Não há nada mais duro
Que dizer "Não posso"
Quando tu me pedes para ficar!
Que as lágrimas de um criança
Que um abraço de despedida
Que o respirar rapido e angustiado
No abismo do Adeus
Não há nada que doa mais
Que as memórias de sorrisos inocentes
Das palavras simples e cheias de fantasia
E a impotencia de mudar os factos
E de te fazer parar de chorar
Não há nada mais duro
Que dizer "Não posso"
Quando tu me pedes para ficar!
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